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Poesia 131 - Final de tarde


Final de tarde,
Calor se transformando em frio...
O álcool que entra em meu corpo,
Anestesiando minhas sensações,
Alterando meus sentidos...

Te sinto aqui perto,
Te procuro, te abraço,
Você some...

Apenas um vulto a me perseguir,
Uma sombra a incomodar,
Sem cheiro, sem calor,
Sem cor...

Uma sombra negra...

Mais álcool é necessário,
Derivado de uvas, finíssimas,
Como diz a embalagem...

Como eu te desejo aqui,
Em carne e osso,
Em pele e sabor...

Eu desejo você aqui,
E como sei que não virá,
Encho o copo,
E bebo meu vinho...

(Autor: Jorge Leite de Siqueira)

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