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Poesia 114 – Preguiça


Levanto a cabeça e te vejo fazendo um bolo
O café está cheirando
Mas a rede está tão gostosa...

Nas sombras dos coqueiros posso relaxar
E esquecer dos problemas que tive
Mas deixei pra lá...

Vejo o mar, lá longe,
O barco de pesca que vem, carregado,
Nesta tarde...
As gaivotas os acompanham
Esperando a parte delas...

Pessoas vêm e vão pelas areias
Sem saber que estou ali
Não precisam me conhecer
Nem saber que eu existo...

Tem momento que é bom não ser ninguém,
Não estar atento aos movimentos políticos,
Aos altos e baixos da economia,
Às fofocas da televisão...

É tão bom não ter vizinhos
Que vivem a nos incomodar e nos perseguir
Procurando os nossos erros
E invejando nossos acertos...

É tão bom não ter ninguém e ter todo mundo,
De uma forma completa e vazia,
Preenchendo o coração
Sem usar a carteira ou o talão de cheques...

É tão bom não ser ninguém
Morar num lugar esquecido pelo mundo
Mas abençoado por Deus...

É tão bom pensar,
E agradecer a Deus por ter estes coqueiros
Onde amarrei minha rede,
De onde posso ver o mar,
Com seus barcos de pesca,
E sentir o cheiro do café
Que você traz agora para eu beber,
Com um pedaço de bolo,
Sem nem precisar levantar...

É tão bom não fazer nada
Nem ter nada pra fazer...

É tão bom...

(Autor: Jorge Leite de Siqueira)

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