Estou
andando
O
caminho é bonito
As
sombras das árvores são acolhedoras
E,
neste calor, é formidável...
Galhos
de árvores tapam o sol
Mas,
mesmo assim, sei que estamos de dia
Apesar
da semi-escuridão.
De
vez em quando aparece um animal
Uma
cobra, um camaleão, um javali,
Passam
na minha frente, mas não incomodam
Nem
tenho medo...
Olhos,
por trás dos galhos,
Sem
identificação dos seus donos
Investigam
meus passos, curiosos.
-
Eu também não sei o destino! – grito.
Mas
os olhos continuam atentos,
Meus
passos interessam a eles...
Olhos
verdes, castanhos, negros,
Alguns
conhecidos, outros a conhecer,
Mas
continuo em meu ritmo,
Não
é a hora certa,
Foi
isso que Você me falou...
Lá
na frente tem uma luz
Mas,
quanto mais eu ando,
Mais
a luz se afasta.
O
bem-te-vi canta
Ainda
não é a hora
De
chegar à luz...
Eu
paro. Sento um pouco. Descanso.
Levanto-me
e volto.
Vou
voltar para o início...
Mas,
a volta é pior,
Tem
mais gente atrapalhando
Os
galhos cresceram e me impedem voltar.
De
repente, aparecem sombras,
Me
empurram, gritam comigo...
Alguns
seres de luz me indicam o caminho certo,
São
pequenos desvios,
Mas
o final é o mesmo...
Calcei
sapatos novos,
Peguei
o facão,
Vou
tentar de novo,
Desta
vez mais decidido.
Os
galhos, cortarei;
Os
olhos, ignorarei;
A
escuridão não me assustará...
Porque
sei que lá no final do caminho
Naquela
luz que aparece
É
que está
A
felicidade que procuro...
(Autor: Jorge Leite de Siqueira)
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