Subi
escadas
Tentando
atingir o mais alto nível geográfico
Dentro
do prédio virtual.
No
topo do prédio
Vi
pessoas passando, indo e vindo,
Todas
com fotos e perfis
Em
uma cidade chamada Orkut.
Alguns
batiam em minha porta
Às
quais, abria com prazer;
Outras
portas eu empurrava
Mostrando
o meu trabalho, como um vendedor,
Ambulante
virtual.
Alguns
me aceitaram,
Outros,
não, me rejeitavam na hora
E
até trancavam a porta.
Alguns
amigos, algumas amigas, tantas ilusões.
Pessoas
que acham que sabem;
Pessoas
que sabem que sabem;
Mas
tantas que nem sabem o que sabem...
E
eu lá na cobertura
Arma
na mão, fazendo mira e atirando.
Algumas
caíam, outras só balançavam,
Mas,
a todas eu acertava.
Algumas
entendiam, eu sou normal, sou poeta,
Outras,
não, achavam que eu era ator de cinema
E
que meus tiros eram de festim
E
que não machucariam...
Tantos
tiros, tantos corpos,
Até
que o tiro ricocheteou e me acertou
Bateu
no coração...
Estou
morrendo,
Quem
vai me enterrar? Onde é o cemitério?
Lixeira?
Pasta temporária?...
Onde
ficarei pro resto da minha vida virtual?
Quem
eu levarei comigo?
Pois
sou franco-atirador,
E
sempre levo alguém comigo
Sempre
levo alguém
No
coração...
(Autor: Jorge Leite de Siqueira)
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