Quando
fui monge
Aprendi
a entender a música
Os
dedos preenchendo furos no bambu
O som
invadindo ouvidos
O
prazer de criador
O
sonho realizando...
Depois
fui camponês
Conheci
o poder da terra e da água
Precisei
do som, mas fugi
Eram
só animais
E
o bambu se desfez...
Como
mulher, fui bruxa
Dominante,
assustadora
Dominei
a música
Tambores,
bambu, cordas
Superior,
exaltei e morri...
Romano
Guerreiro,
sem tempo, sem luz
Uma
única vez o menino
Mostrou
o som que fazia
Ignorei,
pois era guerreiro
E
não me atrevi...
Moderno,
não sou ninguém
Porém
está quase no fim
Meu
descanso já é prometido
Tudo
volta ao normal
Olhos
abertos te sinto
Olhos
fechados te ouço
Na
luz, aprendo, sou menino
Na
sombra, ensino, sou homem...
E
o que era bambu
Virou
metal
Se
transformou.
O
som continua o mesmo
O
espírito continua idêntico
E
tudo chega afinal
Ao
final...
(Autor: Jorge Leite de Siqueira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário