Os
meus quarenta e um anos
Parecem
sessenta e oito
O
corpo não obedece
O
espírito cansado, se esconde
O
coração bombeia mais devagar
E
o que era firme e forte hoje se degenera...
O
meu sorriso mostra a transformação dos meus dentes
Outrora
tão brancos
Hoje
são estátuas de laboratórios
De
tão fortes hoje se partem como palitos de fósforo
De
tão certinhos, há falhas...
Meu
cabelo cai na mesma proporção que os dias passam
Parece
um desafio para ver quem é mais rápido
Canto
direito, canto esquerdo,
Nem
se lembram o que é cabelo,
O
meio, no centro?
De
tão ralo posso ler os pensamentos...
A
pele, ah, minha pele...
Enruga,
mesmo quando não fico na água tanto tempo
Meus
olhos sumiram atrás das olheiras.
Minhas
pernas cansam à toa
Minhas
mãos não têm força pra nada
Meu
raciocínio ficou deprimente
E
eu só ando doente...
Acho
que está chegando minha vez
De
saber o que acontece depois da morte
Já
que essa é a maior curiosidade que temos...
Só
peço a você, que estiver lendo,
Não
tenha tanta pena nem dó
Todos
ficam assim depois da primeira vez que falha
Acho
que chegou minha vez...
Os
meus quarenta e um anos
Meus
cabelos brancos caindo...
(Autor: Jorge Leite de Siqueira)
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