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Poesia 13 - Minhas rugas


Os meus quarenta e um anos
Parecem sessenta e oito
O corpo não obedece
O espírito cansado, se esconde
O coração bombeia mais devagar
E o que era firme e forte hoje se degenera...

O meu sorriso mostra a transformação dos meus dentes
Outrora tão brancos
Hoje são estátuas de laboratórios
De tão fortes hoje se partem como palitos de fósforo
De tão certinhos, há falhas...

Meu cabelo cai na mesma proporção que os dias passam
Parece um desafio para ver quem é mais rápido
Canto direito, canto esquerdo,
Nem se lembram o que é cabelo,
O meio, no centro?
De tão ralo posso ler os pensamentos...

A pele, ah, minha pele...
Enruga, mesmo quando não fico na água tanto tempo
Meus olhos sumiram atrás das olheiras.

Minhas pernas cansam à toa
Minhas mãos não têm força pra nada
Meu raciocínio ficou deprimente
E eu só ando doente...

Acho que está chegando minha vez
De saber o que acontece depois da morte
Já que essa é a maior curiosidade que temos...

Só peço a você, que estiver lendo,
Não tenha tanta pena nem dó
Todos ficam assim depois da primeira vez que falha
Acho que chegou minha vez...

Os meus quarenta e um anos
Meus cabelos brancos caindo...

(Autor: Jorge Leite de Siqueira)

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