o
calendário nem virou
e
os olhos cinza
dele
se
fecharam para sempre.
o
frio congelou seu sangue.
quem
ele era?
de
onde veio?
para
onde ia?
sua
história saiu nos jornais
nos
rádios
e
na televisão.
sua
insignificância social estampou a primeira página!
famoso
recheou
de ossos um caixão barato
doado
pelo município.
eu
não fui ao seu enterro.
você
não foi.
ninguém
foi.
apenas
escrevi um post no facebook...
famoso
como
nunca quis
se
escondia atrás de roupas sujas
e
de uma garrafa de cachaça.
famoso
se
se visse nos jornais
assim
tão
velho e acabado
morreria
de novo.
dessa
vez de desgosto...
“e
em seu bolso, na primeira folha de um caderno velho e amassado havia
uma poesia que começava assim: abandonado pela sociedade, eu...”
Jorge de Siqueira
Nenhum comentário:
Postar um comentário