O cão ladra,
O cavalo passa.
O cavalo
Elegante
Continua seu trote
Tendo a carroça às costas.
Tento adivinhar o que o cão diz:
- Espera aí, covarde!
- Pula aqui, quadrúpede!
Ou será que brinca:
- Você é grande mas não é dois!
- Vem aqui, filho de uma égua!
Meus pensamentos humanos
– ridiculamente humanos –
Materializam a malícia humana
Em meus pensamentos caninos.
E o cão abana o rabo.
Parece me entender:
Apenas late...
E o cavalo trota...
E eu?
Abaixo a cabeça
Acelero o passo
E vou.
Covardemente saio de fininho de
cena...
JORGE LEITE DE SIQUEIRA
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