Paro
o carro,
Desligo
o rádio, o motor,
Respiro
fundo, mais um dia...
Desço,
chave na mão,
Entro
no prédio,
Olhares
curiosos...
Será
que sabem quem sou?
Vou
na minha sala,
Abro
as janelas,
Ventilação
necessária...
Vou
bater meu cartão de ponto
E
cruzo com todo mundo...
Será
que sabem quem sou?
Quando
cruzo o “lugar dos mortos”,
A
cruz em meu peito
Me
protege...
Mas
quando cruzo com os vivos,
Quem
poderá me proteger?
Será
que sabem quem sou?
Mando
olhares e cumprimentos,
Recebo
sussurros e silêncios...
Alguns
sorriem,
Me
reconhecem,
Sabem
que sou eterno...
O
corredor é grande
Como
o sofrimento que passo...
Será
que sabem quem sou?
O
último alô,
A
quem está de chegada, também,
Poderia
bem ser o primeiro “bom dia”
Neste
novo Além...
Como
um fantasma,
Volto
pelo corredor
Até
minha sala...
Será
que sabem quem eu sou?
Letras
e números se repetem,
Meia
dúzia de horas,
Repetidas
e inúteis...
Nem
eu sei mais quem sou...
(Autor: Jorge Leite de Siqueira)
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