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Poesia 2430 - Arquiteto de orgasmos

Mãos
se tocam
se apertam.

Cabelos
orelhas
pescoço
boca.
No beijo
mãos ficam bobas
dedos acariciam
e invadem.

Lentamente.
Bem lentamente.
A princípio não há de ter pressa.

Um rio foi despertado
a mina foi descoberta
e pede para escutar histórias safadas.

A língua obedece
e fala
bem de perto
na ponta
na base
por dentro.

Água doce de riacho escorre entre as montanhas.

Há um guerreiro invasor.
Alto e belo
armado
pronto para a batalha
que explora terrenos nunca visitados
e invade.
Entra
sai.
Devagar
rápido.

O grito!
O clímax!
O guerreiro recua
fraco
depois da intensa batalha.

Fraco.

Bocas não se desprendem.
Sorrisos não se desfazem.
Pensamentos não se revelam.

Mãos sem forças
se afastam
em distâncias mínimas.

Tudo para
por momentos
até novas explorações.

O arquiteto não falha...

JORGE LEITE DE SIQUEIRA


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