E o cara
- o cara -
apertou o botão.
O míssil saiu
assim
meio que não acreditando no que ia fazer
mas fez barulho
- parecia um filme -
e foi subindo
subindo
subindo
até chegar à lua.
Foi uma linda explosão.
Explico:
um técnico sacana
_ talvez brasileiro -
colocou fogos de artifício no míssil
e foi lindo
a explosão colorida da lua.
Toda a terra viu.
Foi transmitido ao vivo
com manchetes bombásticas:
a lua acabou!
a explosão da lua!
Mas, por quê?
Porque o cara
- o cara -
nunca se apaixonou.
Egoísta
acabou com a minha lua
a lua dela
a lua dos poetas.
E
um a um
os poetas foram morrendo
dia após dia
depressivos
suicidados
evaporados
explodidos.
Alguns
muito lunáticos
morreram no ato da explosão.
Outros
De tão bêbados
chegaram até a sorrir
mas sucumbiram
mais tarde
por overdose alcoólica.
Os que ainda estão vivos
são os novos poetas
aqueles que falam da lua
mas nunca a encararam.
No máximo
a viram
nas redes sociais.
E eu
triste
se não terminar esse poema
é porque...
JORGE LEITE DE SIQUEIRA
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