Volto da caça.
Sangrando
sofro
mas estou vivo.
As garras em meu peito
mostram como fui atacado.
Me disseram:
- Você é bobo!
Saia dessa!
Isso é coisa do passado!
Compra galinha, é melhor!
Dá menos trabalho.
Mas eu, teimoso como sou, não aceitei,
e fui à caça
esquivando-me de predadores
aproximando-me da caça
não disparei
paralisado pela minha "sensibilidade poética"
e de caçador virei caça
sendo atacado
por garras e presas
por palavras e atitudes.
Escapei.
Não me lembro como.
Mas estou mal.
Agora devo ficar de repouso total
sem comer nem beber
sem pensar em caças
sem nem poder poetizar.
O tempo é o melhor dos mestres...
JORGE LEITE DE SIQUEIRA
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