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Poesia 2185 – Quando as dores se forem


Daí um pequeno anjo caiu perto de mim.
Assustado, olhou-me,
Como a pedir perdão pelo que iria me acontecer:
Dores...

Um pequeno demônio voou até onde estávamos
Sorrindo
Cheirando a flores silvestres
E tentando nos enganar...

Enganou-nos...

As dores se foram
As dores voltaram
As dores sumiram...

O anjo gargalhou, pulando em meus ombros,
Derrubando o demônio
Que se machucou
Mas não sangrou...

O anjo riu tanto que perdeu o fôlego e sumiu.
O demônio, sério, nada falou,
Apenas tirou a poeira
E se acomodou
Em ambos os ombros
Sozinho
Senhor de todo o território...

As dores se foram para sempre...



(Autor: Jorge Leite de Siqueira)

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