A
solidão da areia da praia
O
sol quente, as ondas do mar,
As
gaivotas que voam e cantam
Um
canto triste que invade meu coração
Trazendo
recordações de tempos que se foram.
Lembrei
dos seus passos ao meu lado
Seus
cabelos que se esvoaçavam pelo vento
Seus
olhos que marejavam conforme a luz do sol
Seus
lábios que se movimentavam ao falar
Seus
dentes...
Lembrei
dos seus dentes que me mordiam
Causando
uma dor gostosa na alma
Preenchendo
de amor meu coração
Me
fazendo sentir felicidade contigo
Ao
meu lado...
Mas,
como num conto medieval
Uma
história incrível de se acreditar
Aquela
areia era um precipício
E
de tão cegos que andávamos não prevemos o perigo
E
nossos passos nos levaram à queda
Que
nos feriu demais...
Foram
marcas que nunca mais cicatrizaram
Feridas
abertas que não mais se fecham.
Meu
coração foi cortado
Está
faltando mais da metade
E
está difícil curar...
Quero
curar meu coração
Quero
preencher os espaços que ficaram vazios
Com
outros que me ajudarem,
Mas
está difícil, muito difícil...
Sempre
há rejeição, meu Deus,
Nenhum
mais é igual ao meu...
E,
sempre que pego um pedaço de coração de alguém
Tentando
enxertar no lugar vazio
Acabo
dando mais um pedaço do meu...
Agora
aprendi a não dar todo o meu coração
Penso
até em não dar nada,
Não
rasgar meu coração.
Mas
sempre existe alguém
Que
me arranca um pedaço...
E
meu coração acaba ficando mais vazio ainda
Agora
com tantos pedaços
Enxertados,
Rejeitados,
E
outros tantos faltando...
E,
nesta areia do mar,
Novamente
estou andando.
Vejo
tanta gente passando
Tantos
olhos, tantos cabelos,
Tantos
lábios, tantos dentes,
Nenhum
igual aos seus...
Mas,
vou continuar procurando
E
tenho certeza que vou encontrar
Porque
só assim vou consertar meu coração
E
meu sofrimento vai acabar...
(Autor: Jorge Leite de Siqueira)
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